Portugal encerrou sua participação nos Campeonatos Europeus de Pista Coberta 2025 com mais duas medalhas de bronze, conquistadas por Salomé Afonso (3000 metros) e Auriol Dongmo (lançamento de peso). O evento, realizado em Apeldoorn, Países Baixos, marcou uma performance histórica para a delegação portuguesa, que terminou com quatro medalhas no total – uma de prata e três de bronze –, além de alcançar sua maior pontuação de sempre: 45 pontos e o 9º lugar geral.
Salomé Afonso Faz História com Duas Medalhas
Depois de quebrar um longo jejum de medalhas para Portugal nos 1500 metros, Salomé Afonso mostrou sua força nos 3000 metros. A atleta enfrentou um percurso desgastante, competindo em quatro corridas em apenas quatro dias (9000 metros no total). A final foi marcada por quedas e dificuldades, incluindo um acidente grave com a neerlandesa Maureen Koster, que precisou ser retirada de maca.
Ainda assim, Salomé manteve o foco e, nos últimos 50 metros, ultrapassou a espanhola Marta Garcia, garantindo sua segunda medalha na competição – um feito inédito para Portugal, tornando-se a primeira atleta do país a conquistar duas medalhas em uma única edição dos Europeus.
“A primeira medalha sempre parece impossível, mas depois o cérebro muda o ‘chip’ e tudo se torna viável. A corrida foi caótica, cheia de quedas e contatos, mas nos últimos 40 metros eu pensei: ‘é possível, vamos lá!’ Dei tudo o que tinha na pista.”
Agora, a atleta planeja manter o alto nível e sonha com medalhas em competições globais:
“O próximo passo é brigar por uma medalha nos Mundiais. Sei que o nível é altíssimo, mas nunca sabemos quando será o nosso dia. Temos que estar prontas para a nossa oportunidade.”
Auriol Dongmo Retorna ao Pódio no Lançamento de Peso
No lançamento de peso, Auriol Dongmo também brilhou. A bicampeã europeia, que voltou às competições após uma longa recuperação de lesão e gravidez, garantiu a medalha de bronze com um lançamento de 19,26 metros no segundo ensaio. A compatriota Jéssica Inchude terminou na quinta posição, com 18,91 metros.
Mesmo habituada ao topo do pódio, Dongmo celebrou este retorno vitorioso:
“Sempre quero o ouro, mas esta medalha de bronze tem um sabor especial. Passei por muitas dificuldades, desde a lesão até a gravidez. Subir ao pódio depois de tudo isso é uma grande vitória.”
Ela também destacou sua frustração pela ausência de Jéssica Inchude no pódio:
“A Jessica merecia essa medalha. Ela tem muito talento e um dia chegará a vez dela.”
Por sua vez, Jéssica Inchude lamentou a oportunidade perdida:
“Comecei bem a prova, mas minhas adversárias surpreenderam. Corrigi o que precisava, mas perdi a concentração no meio da competição. Sei que um dia será o meu momento.”
Portugal com Performance Histórica nos Europeus
Com quatro medalhas conquistadas e uma pontuação recorde, Portugal encerra os Campeonatos Europeus de Pista Coberta 2025 em grande destaque, consolidando-se entre as principais nações do atletismo europeu.
Miguel Moreira estreia-se em finais europeias nos 3000 metros
Miguel Moreira marcou presença na sua primeira final em Campeonatos da Europa, competindo nos 3000 metros contra nomes de peso, incluindo o norueguês Jakob Ingebrigtsen. A prova iniciou-se num ritmo lento, mas foi ganhando intensidade com sucessivas mudanças de velocidade. O atleta português manteve-se bem posicionado até os últimos 1000 metros, momento em que não conseguiu acompanhar as acelerações finais, terminando em 12º lugar com um tempo de 7m59s81.
Na sua avaliação da prestação em Apeldoorn, Moreira revelou sentimentos mistos:
“Ontem foi um dia muito positivo, mas hoje saio bastante desapontado. Terminar em último era o pior cenário que poderia imaginar. No entanto, competir ao lado dos melhores dá-me uma nova perspetiva e motivação para treinar ainda mais. Quero analisar esta corrida, recordar cada sensação e preparar-me melhor para as próximas finais.”
Lorene Bazolo alcança as meias-finais dos 60 metros
Nos 60 metros femininos, Lorene Bazolo avançou até às meias-finais, onde terminou em 4º lugar na sua série, registando 7,21 segundos, o que lhe garantiu a 14ª posição entre 40 concorrentes.
Apesar de não avançar para a final, a atleta mostrou-se satisfeita com o seu desempenho:
“Foi uma boa corrida, creio que nunca corri tão rápido em campeonatos. O recorde pessoal ficou por bater, mas sinto que está ao meu alcance. Pequenos detalhes fazem a diferença e, desta vez, algo falhou. No entanto, estou feliz por ter competido a este nível e por sair daqui com saúde, que é o mais importante.”
Bazolo destacou ainda a sua evolução ao longo das competições internacionais:
“Nos Campeonatos Europeus e Mundiais, o meu melhor tempo era 7,24 segundos, e agora consegui ser mais rápida. Isso mostra que estou no caminho certo.”
Fotos e cobertura oficial
📸 Fotos: FPA / Sportmedia
(Notícia em atualização…)
