Aos 24 anos, Guilherme Meireles fez sua estreia nos ralis em Viana do Castelo, em 2022. Em pouco tempo, demonstrou talento e, no início da temporada de 2025, conquistou sua primeira vitória no Rallye Serras de Fafe, Felgueiras, Boticas e Cabeceiras de Basto. Filho de Paulo Meireles, campeão de iniciados em 1992, e sobrinho de Pedro Meireles, campeão de iniciados em 1996 e campeão nacional em 2014, Guilherme cresceu em um ambiente de ralis. Apesar de começar relativamente tarde, mostrou desde o início que tinha potencial. Em sua segunda temporada com o Peugeot 208 Rally4, enfrentou condições climáticas adversas e provou sua evolução como piloto.
Com essa vitória, Meireles se firma como um forte candidato ao título das 2 Rodas Motrizes (2RM). Para o futuro, embora sem estabelecer metas rígidas, ele admite que gostaria de pilotar um carro da categoria Rally2.
O início da paixão pelo rali
Quando perguntado sobre quando surgiu sua vontade de se tornar piloto, Guilherme relembra que sua primeira experiência foi aos 16 anos, como navegador do pai em Lousada, no VW Golf G60 Rallye, durante a Exibição dos Clássicos Desportivos do Vodafone Rally de Portugal. No entanto, sua paixão começou ainda mais cedo, ao acompanhar seu tio e seu pai nas competições.
Influências familiares e início tardio
Sobre seu primeiro contato com o rali, Guilherme lembra vagamente da participação do pai no CPR com o VW Polo S1600 em 2005, quando tinha apenas sete anos. Porém, tem memórias mais nítidas dos títulos do tio, especialmente o campeonato nacional de 2014.
Ao ser questionado sobre a influência do pai para sua carreira no rali, Guilherme revela que nunca precisou convencê-lo. Seu pai sempre soube de sua vontade e, quando achou o momento adequado, fez o convite para que ele começasse no esporte. A oportunidade surgiu naturalmente, sem que precisasse insistir.
Embora tenha começado aos 24 anos, o piloto acredita que esse foi o momento certo para ele. Antes de estrear, nunca havia competido em qualquer modalidade do automobilismo. Assim, mesmo sendo considerado um início tardio para os padrões atuais, ele sente que tudo aconteceu na hora certa para seu desenvolvimento.
Desempenho na temporada e objetivos
Os bons resultados da temporada passada abriram portas para que Guilherme competisse pelo título do CPR 2RM e da Peugeot Rally Cup em 2025. Ele avalia que seu desempenho foi muito positivo, especialmente nos ralis de asfalto. No entanto, reconhece que ainda tem muito a melhorar nos ralis de terra, pois tem pouca experiência nesse tipo de piso. Seu objetivo é fazer o melhor possível e, se conseguir ser campeão, será excelente. Sabe que enfrentará adversários fortes na Peugeot Rally Cup e quer dar o máximo para vencer.
A vitória em Fafe e a prova de maturidade
A vitória no Rallye Serras de Fafe foi um marco na carreira de Guilherme. No início, adotou uma abordagem cautelosa, pois não sabia exatamente o ritmo dos adversários. No terceiro troço, aumentou o ritmo e recuperou bastante tempo. No segundo dia, sentindo-se mais confortável, conseguiu impor um ritmo forte. Em um rali difícil, com classificativas em condições complicadas, soube administrar a liderança sem cometer erros.
Na parte final da prova, sentiu um certo nervosismo ao perceber que estava perto de sua primeira vitória no Campeonato de Portugal de Ralis. No entanto, tudo correu bem e ele acredita que demonstrou maturidade ao longo da competição.
Futuro e ambições
Sobre seu futuro nos ralis, Guilherme afirma que, aos 26 anos, já precisa conciliar sua vida profissional e pessoal com as competições. Seu foco é aproveitar cada prova ao máximo e buscar os melhores resultados. Embora sonhe em pilotar um Rally2, não estabelece metas internacionais no momento. Ele sabe que atingir um nível mais alto exige um investimento significativo e apoios financeiros que não são fáceis de conseguir em Portugal.
Entretanto, não descarta a possibilidade de competir internacionalmente no futuro. Para ele, tudo depende da evolução que conseguir alcançar. Por enquanto, seu objetivo é continuar crescendo e demonstrando seu valor nas competições em que está inserido.
Inspirações e legado familiar
Quando questionado sobre quais pilotos mais o impressionaram no mundo dos ralis, Guilherme cita Sébastien Loeb e Sébastien Ogier. Ele admira a consistência de ambos ao longo dos anos, a capacidade de serem rápidos em qualquer tipo de piso e a baixa taxa de erros. Para ele, esses dois pilotos se destacam nos últimos 20 anos do automobilismo.
Sobre a reação do pai à sua primeira vitória, Guilherme comenta que recebeu os parabéns, mas que Paulo Meireles é bastante contido nas palavras. No entanto, sente que seu pai ficou extremamente feliz e nervoso durante a prova. Ele sempre ouve a opinião do pai sobre as estratégias e procura alinhar suas decisões com a experiência dele. Guilherme sabe que ainda tem muito a aprender, mas a vitória em Fafe reforça sua confiança para o futuro.
