A Aula dos tempos

O SPFC está virando um clube comum?

Passamos anos e anos escutando nossos dirigentes proclamando, principalmente o atual presidente do SPFC, o senhor Juvenal Juvêncio, que “as coisas no SPFC são diferentes”, que “o SPFC é um clube diferenciado”, no tom soberbo particularmente peculiar.

Eu pude conhecer boa parte de toda estrutura de instalações do SPFC. As últimas reformas na área administrativa do Morumbi, as novas instalações no CCT. Só não pude conhecer ainda as ampliações do CFA, que pelas fotos no site oficial, todos podem perceber o quanto o SPFC realmente tem investido nisso. Sempre fomos grandiosos em relação ao nosso patrimônio!

Mas como dizia meu avô, Sr. Reinaldo Ricci, “Investir em cimento, areia e pedra é muito barato! Duro é fazer história.”

E as duas coisas, o SPFC sempre soube fazer separadamente! Antes do Morumbi, foi buscar sua história e se estabeleceu como a terceira potência da capital, sendo a “moeda que caiu” de pé, conquistando títulos. Depois disso teve que focar e construiu um monumental estádio, às custas do sacrifício de muitos dirigentes e torcedores apaixonados.

Outro dia, lendo mais um dos textos fantásticos do Dr. Catta-Preta falando sobre o grande zagueiro Oscar, me questionei: Porque a diretoria SPFC não sabe olhar e aprender com a nossa própria história?

Nos anos 70/80 a então diretoria sabia que mesclar novos talentos revelados no clube com alguns nomes consagrados.

Foi assim com o aniversariante da semana, Gerson veio a peso de ouro, mas veio pra “suprir” num time que já tinha uma base muita bem montada. O SPFC do então presidente Laudo Natel tinha também Pedro Rocha, Pablo Forlán, Toninho Guerreiro, Edson Cegonha e os jogadores formados no clube.

Final dos anos 70. O SPFC tinha da base jogadores como Muricy e Serginho Chulapa.

Anos 80 também foi assim. Já tínhamos um ataque e uma zaga bem composta, mas precisávamos de um meio de campo diferenciado e o SPFC foi buscar em 1984, da baixada santista, o grande Pita. Surgiu no Guarani, passou pela Ponte Preta e foi se destacar no Santos.

Nos 4 anos de Pita no SPFC (1984/1988), foram 2 campeonatos paulistas e o brasileiro de 1986.

Os anos de 83/84 foram de ajustes e novos craques no SPFC.

Serginho Chulapa deixava definitivamente o clube e chegava o craque campineiro Careca.  Em 84 Cilinho também chegava ao clube e foi na base descobrir talentos como Muller e Silas. Daí surgiram “Os menudos do Morumbi”.  E assim esse time conquistou os Paulistas de 85/87 e o histórico Brasileiro de 1986.

Mais uma vez o clube focou em “construir” e em 1988 inaugura o CCT da Barra Funda e não conquistou nenhum título. Por mais que nesse ano o clube tivesse investido no baiano Bobô, foi um fiasco. Já em 1989/90, com a chegada do Mestre Telê, voltamos a focar a base e o técnico assumiu a missão de “recuperar” e transformar o então mediano jogador e perseguido pela torcida, Raí, até então “irmão do corinthiano Sócrates”. Até a chega de Telê no clube, Raí havia marcado 26 gols desde sua chegada em 1987. Só em 1991 Raí fez 28 gols. Deu no que deu!

Então, após esse breve resgate histórico, resumo à diretoria, o que quero dizer. Demoramos 3 anos pra fazer a base funcionar pro time principal. Tivemos algumas revelações, como Breno e Hernanes, todos já negociados. Mas passar 4 anos sem um camisa 10 de ofício, um líder, um articulador de um time que sempre esteve buscando o Tetra da América, foi um atestado de incompetência!

A inoperância é tanta, que sabendo disso, o único jogador da base com qualidade que poderia estar suprindo essa nossa deficiência que se tornou quase uma lenda, o garoto Oscar (hoje no Internacional, passando vergonha africana e sendo castigado pela forma que saiu do Morumbi), também deixou o SPFC, amparado na malfadada Lei Pelé, mas também em aspectos que pecaram pela preservação da promessa no Morumbi.

Diretoria:

É só lerem a nossa história recente!

É só lerem a nossa história passada!

Juntem as duas e terão a receita para criarem um time vencedor.

O time de hoje não é de todo ruim, mas falta o diferencial que o complemente e imponha respeito, o Tricolor é deficiente porque não impõe temor e é muito complicado de ser montado, com tantos medianos que somados, não formam um diferenciado. Juntando os meninos da base, Casemiro, Lucas, Lucas Gaúcho, Uvini, mais os que estão na Copa SP 2011, como os meninos Alfredo e Miranda, que tem um bom potencial a ser lapidado já nesta temporada. Podemos chegar bem nas fases mais decisivas na Copa do Brasil e no início do Brasileiro de 2011.

MAS, se não investirem enfim, APÓS 4 ANOS DE OMISSÃO, em um líder na linha, um cara que chame pra si a responsabilidade e tenha o poder de decidir um jogo, estamos fadados a um fracasso retumbante nesse ano de 2011.

No mercado estrangeiro, os jogadores brasileiros querem voltar. A sua maioria já fez sua independência financeira e é só fazer propostas envolvendo um bom trabalho de marketing no nome do jogador. Talvez aí que esteja o problema, porque o marketing em toda era Juvenal Juvêncio, não trabalhou voltado para essa finalidade.

Ou seja, senhores diretores do SPFC, é só fazerem o óbvio, olhando com RESPONSABILIDADE para as necessidades do time. Sendo simples e objetivos, continuaremos sim “um clube diferenciado”, o SOBERANO.

A nação tricolor estará feliz, se ao menos isso se prestassem a fazer. A torcida do SPFC já não acredita mais em sua diretoria, por todas essas limitações e omissões. Será que não se importam?!

ACORDA DIRETORIA!

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